Júpiter expele duas vezes a energia que
recebe do Sol, o que sugere que seu interior seja quente, mas ainda está
milhares de vezes distante de possuir massa, pressão e calor suficientes para
fundir os elementos de sua atmosfera e se tornar uma estrela. Se fosse 13 vezes
maior seria capaz de fundir deutério - um isótopo de hidrogênio - e se tornar
uma anã marrom, o que não chega a ser uma estrela. Alguns astrônomos sugerem
que as anãs marrons são corpos subestelares, ou estrelas que não deram certo,
outros já afirmam não passarem de planetas quentes, com temperaturas que variam
entre 726°C a 3126°C, frio demais para uma estrela. O planeta Vênus - com sua
minúscula massa comparado a Júpiter - chega aos 735°C com facilidade. Já o Sol
- que é 1000 vezes maior que Júpiter - ultrapassa os 5500° C. Outras estrelas,
como Rigel da constelação de Órion, chegam facilmente aos 10700°C. Apesar do
nome, as anãs marrons emitem um brilho avermelhado, bem próximo ao
infravermelho, o que as tornam difíceis de serem detectadas. O processo de
formação de uma anã marrom seria semelhante ao que deu origem ao planeta
Júpiter. Em um determinado momento, a matéria ao redor do corpo se esgotou, ele
não conseguiu reunir massa suficiente para gerar pressão e calor necessários e
fundir seus elementos básicos para se tornar uma estrela. Daí a especulação das
anãs serem um possível elo perdido entre os planetas e as estrelas.
Créditos das imagens: Nasa